O seu bebé começa a ficar de pé? Que calçado comprar? Devo deixar andar descalço?
Muitos pais e mães preocupam-se bastante em comprar calçado adequado quando os seus bebés começam a ficar de pé e a iniciar marcha. No entanto, o estar descalço é amplamente aconselhado, pois ajuda na maturação do equilíbrio, e da força a nível do pé e tornozelo. É também importante pelo estímulo sensorial que oferece, pois o bebé vai sentir através dos seus pés, se o chão está frio/quente, áspero/macio, liso/rugoso e isto serve para integrar mais estímulos no seu leque sensório-motor.
Sabia que os nossos pés são essenciais para tarefas como estar de pé ou andar, mas são também órgãos sensoriais que nos permitem distinguir (mesmo de olhos fechados), se estamos na relva, na areia, num piso molhado, rugoso ou fofinho?
Aparentemente, só se movem para cima/baixo e para o lado, mas desenganem-se, o pé possui muitos movimentos, que embora discretos, recorremos a eles todos os dias para obter equilíbrio.
Os nossos pés e tornozelos possuem músculos intrínsecos que nos permitem um ajuste dinâmico às superfícies que pisamos. O melhor ginásio para estes músculos intrínsecos que desenvolvem discretos movimentos de auto-ajuste postural, é estar descalço!
As sapatilhas ganham maior interesse e podem ser introduzidas de forma mais consistente, quando a criança já é capaz de andar aproximadamente 80% do dia.
Mas realmente, uma regra nunca serve para tudo, e os sapatos podem oferecer uma especial ajuda nalguns casos. O calçado oferece estabilidade e protege o pé.
Seguem alguns exemplos de casos em que os sapatos podem oferecer uma ajuda extra:
O uso “precoce” de sapatos nestes casos, pode oferecer estabilidade e segurança ao bebé para explorar o meio de pé e a andar. Ainda assim, devem ser privilegiados períodos em que o bebé é incentivado a explorar o meio descalço, pois é uma atividade rica em estímulos e que desenvolve a agilidade e controlo postural.
Deixo algumas dicas, para os vossos bebés e os seus pés, crescerem felizes:
Nota a considerar: Pequenos desvios no desenvolvimento normalmente têm resolução espontânea e não necessitam de intervenção. No entanto, alterações na marcha que prevaleçam após 3 meses de marcha independente podem merecer avaliação e orientação. Refiro-me a alterações como marcha em pontas dos pés, abatimento do arco interno do pé, pés rodados para fora etc.
Partilhem connosco as vossas dúvidas e comentários!
Liliana Almeida Santos, Fisioterapeuta